Sabemos que por conta da idade, os pequenos distorcem a realidade mesmo, mas devemos analisar os fatores que podem incentivá-los.
Vamos dar um exemplo:
Chegando próximo do horário do almoço, você abre o armário e encontra um pacote de biscoito recheado vazio. Entra no quarto do seu filho e, olha só, ele está todo sujo de chocolate. “Quem foi que comeu todo o biscoito antes do almoço?”, você o questiona. Foi o totó, mamãe, seu filho responde.
Sabemos que são frases engraçadas das crianças, mas que não passam de mentirinhas, que acontecem, às vezes, com várias famílias. Em situações mais tranquilas e outras nem tanto, vemos nossos filhos não falando a verdade e devemos ficar atentos. Será que isso é só um período? As mentiras podem ser algo que determinará os valores das nossas crianças?
Alguns educadores defendem que a mentira faz parte do desenvolvimento da criança, então, pode não significar um problema de caráter ou que demande tanta preocupação; é algo natural e parte do desenvolvimento da criança.
Por que as crianças mentem?
Quando pequenos, eles contam as mentirinhas sem pensar, ou seja, eles realmente pensam que é aquilo que eles falaram. Acreditam em suas próprias mentiras. No período da primeira infância, seu pequeno está vivendo suas fantasias. Por isso, é difícil distinguir o que é realidade e o que não é.
Mas, independente da idade, esse tipo de atitude pode ser incentivado por outros fatores como uma forma de chamar atenção dos pais, para conseguir o que deseja ou para dar um toque de drama para deixar a história mais interessante. A criança, muitas vezes, pode mentir por receio de ser punida, e quando os pais são firmes, elas irão distorcer a verdade para evitar os castigos.
É uma forma do pequeno não ter que segurar uma responsabilidade que ele ainda não está preparado ou que ele não se sente bem. Mas não pense que isso é somente uma reação das crianças, porque os pais podem ser o exemplo por trás das mentiras dos filhos, principalmente das crianças pequenas. Exemplo disso é quando os pais pedem para o filho atender o telefone e falar que ele não está. Ou promete algo para criança e, depois, não faz. Crianças que presenciam cenários onde as pessoas que convivem mentem frequentemente, começam a achar isso complementamente natural.
Como evitar a mentira?
O fator mais complicado com relação à mentira e o primeiro passo com relação a isso é reconhecer porque a criança está mentindo – se é por algum motivo que faz parte do seu desenvolvimento e convívio social ou se é algum outro -. Em todos esses casos, os especialistas recomendam que os pais fiquem alertas sobre comportamento, e que façam o possível para desestimular as mentiras.
Como disse anteriormente, as crianças são influenciadas pelo exemplo, principalmente dos seus cuidadores. É através deles que os pequenos tiram aprendizados bons e ruins. Não adianta conversar e não ser honesto com seu seu filho, não servindo como exemplo.
Aqui estão algumas dicas para navegar nessas situações:
- Crie uma relação de acolhimento e diálogo
Se o pequeno entender que ficará de castigo toda vez em que falar a verdade, ela tenderá a mentir sempre para que isso não aconteça. Por isso, é necessário cultivar uma relação de confiança com o seu filho para que ele se sinta confortável em sempre te dizer a verdade.
É preciso ter cuidado na forma como você vai castigar a criança por ter mentido, porque dessa forma ela ficará com medo de contar a verdade, por não ter espaço para isso.
- Evite muitas perguntas
Conversar é diferente de interrogar, ficar questionando. Encher a criança de perguntas, também, pode não deixá-la confortável em falar o que está acontecendo, principalmente, quando se faz isso, buscando desmascará-la. Você pode fazer perguntas como: “me diz o que aconteceu para eu entender?’ ou ‘você tem certeza que foi isso que aconteceu?’”
- Explique as consequências da mentira
Não adianta dizer várias vezes que não é bom mentir, se não explicar para a criança porque ela precisa falar a verdade. O melhor é ter uma conversa e falar quais as consequências em dizer mentiras. Pode parecer bobo, mas é uma ferramenta essencial para evitar e conscientizar a criança sobre o abuso sexual. Trata-se de segurança, proteção e sobretudo, confiança.
As falas inventadas pelos pequenos vão acontecer de qualquer forma, por isso, a importância dos cuidadores em sempre falarem com a criança quando perceberem que algo não é verdade, por mais inofensivo que seja.