É comum, hoje, a gente ver muita informação sobre como as mães sofrem com a depressão pós-parto (DPP) por conta de toda mudança que seu corpo e sua vida sofrem. Sabemos que a maior responsabilidade e mudança na vida com a chegada do bebê, fica por conta das mães, já que além de carregar o bebê em sua barriga por nove meses, ainda os alimenta por pelo menos seis meses. Por isso, muitas vezes, pensamos que não acontece nada desse tipo com os pais, porém, eles também podem sofrer sim com a depressão pós-parto. E por ser pouco falado, precisamos nos informar mais e compartilhar essa informação para as pessoas entenderem que é um equívoco pensar que não existe.

É importante estarmos cientes que um bebê afeta a vida de toda família e todas as novidades com a sua chegada assustam. Inclusive, a depressão paterna pode chegar ainda na gestação, quando as mudanças começam a acontecer. Acaba com a disposição, apetite, o prazer e alegria de ser pai. Sabemos que é um grande desafio para os pais, também, esse é o momento que passam vários questionamentos na cabeça dos homens: será que serei um bom pai? Será que saberei educar meu filho? Será que ele vai me amar sabendo quem eu sou?  Essas incertezas e inseguranças ajudam um pouco a aumentar o estresse  e a ansiedade. Situações fora do controle podem ser um convite para a depressão. 

A depressão pós parto paterna é mais frequente entre os pais de primeira viagem ou que não tinham planejado a chegada de um bebê. Como mencionamos anteriormente, todos os desafios e mudanças com a chegada de um filho tem um impacto maior para os homens que vivem essas realidades. Por isso é muito importante que os pais frequente junto com a mulher cada fase da gestação e que vá, inclusive, nas consultas médicas de rotina. Pois ao conversarem com os médicos, sendo informados de cada passo é que vão se preparar para quando o bebê realmente chegar. 

Tem os casos dos pais que sofrem de depressão pós parto, após, sua parceira também ter a doença. Isso não acontece por osmose nem contágio e, sim, porque, de repente, o homem tem que cuidar do bebê sozinho, que precisa de atenção redobrada, e da esposa que está passando por um momento difícil. Sem dizer na dificuldade da alimentação do bebe que pode também ser um desafio enorme. Dessa forma, o novo pai fica sobrecarregado, privado do sono e isso acaba se tornando um efeito dominó muito negativo que pode gerar a depressão.

Quais são os indícios de que o pai sofre a depressão pós-parto? 

A família precisa estar alerta, pois, na maioria das vezes, os sintomas da DPP nos pais não são notados. Isso acontece por conta do desconhecimento da sua existência e porque são um pouco diferentes dos sintomas da depressão materna. É importante se atentar caso esses sintomas persistam, pois, sabemos, que de alguma forma, o iremos sentir na jornada da paternidade. Existem dois tipos de sintomas: os de uma depressão como qualquer outra e a da DPP paterna.

Sintomas:

  • Tristeza profunda
  • Pessimismo
  • Culpa 
  • Desmotivação
  • Desconcentração
  • Perda de memória
  • Desinteresse em atividades prazerosas
  • Mudanças bruscas de humor
  • Perda de apetite
  • Insônia.

Sintomas específicos da depressão pós-parto paterna:

  • Trabalhar demais
  • Desejo inconsciente de se afastar do lar
  • Automedicação excessiva
  • Automutilação
  • Agressividade
  • Atitudes descontroladas ou impulsivas

Como tratar?

Para os pais que sofrem com DPP, serve a mesma recomendação que as mamães têm: pedir ajuda de um especialista ao sentir os sintomas. O tratamento irá de acordo com o grau da doença e pode precisar ou não de uso de medicamentos. É importante, também, conversar com a família e com a parceira, ter uma rede de apoio. 

É importante os pais entenderem que a depressão deles pode afetar o desenvolvimento social da criança e na forma dela se relacionar futuramente. Então, busque ajuda quando notar esses sintomas, por você, e pela sua nova família.

Nanny Thaty Brasil