Há muitas formas de educar seu filho sem bater, castigar, punir, mas ainda desenvolver disciplina e empatia. É possível sim, estabelecer limites e construir relações verdadeiras de amor e confiança mútua com seus filhos. A disciplina positiva é um excelente método para quem busca educar os filhos com respeito, sem chantagens, sem violência psicológica ou física. Se você ainda não conhece a disciplina positiva, vamos te apresentar e compartilhar muitos de seus benefícios.
A disciplina positiva é um modelo educativo, tanto filosófico quanto prático, que tem como base a disciplina, afeto e empatia. É uma escolha em como conduzir a criação dos seus pequenos, impor os limites necessários, baseado no diálogo e na cooperação com a criança.
A disciplina positiva trabalha:
- Compreender que é fundamental reconhecer quais são as necessidades que levam as crianças terem determinados comportamentos;
- Desenvolver o autocontrole e o autoconhecimento;
- Refletir sobre os padrões de comportamentos;
- Ensinar aos pequenos habilidades da vida social e intrapessoal como empatia e segurança em si mesma;
- Atender os filhos de forma consistente e amorosa;
A disciplina positiva parte do princípio que a criança tem o direito à dignidade e respeito, assim como qualquer adulto, sendo esse o fator principal para dessa filosofia.
O que não faz parte da disciplina positiva?
Por parecer muito subjetivo ou mesmo fora da nossa realidade, é importante frisar o que não faz parte dos fundamentos da disciplina positiva:
- Autoritarismo;
- Permissividade;
- Não ter regras;
- Mimar
A disciplina positiva educa buscando um equilíbrio através de técnicas como prevenção, distração e substituição, para direcionar a criança com disciplina, ao mesmo tempo, que faz isso de forma gentil.
Como aplicar a disciplina positiva com o meu filho?
Para sua aplicação é preciso que refletimos sobre todos os obstáculos e dificuldades que enfrentamos ao educar uma criança sobre esses cincos pilares:
- É respeitosa? Da mesma forma que queremos que a criança nos respeite e respeite as demais, devemos, também, respeitá-las. Como sabemos, crianças aprendem pelo exemplo.
- Você educa de uma forma que trabalhe em seu filho o senso de aceitação e importância? Todo ser humano busca ser aceito, amado e ser importante para as pessoas ao seu redor, sobretudo as crianças que, muitas vezes, apresentam mau comportamento por não se sentirem queridas.
- Essa forma de educar é eficaz ao longo prazo? Ela traz algum ponto positivo para a criança quando for jovem ou adulto?
- Ajuda a criança a lidar socialmente com as pessoas com quem convive? Ajuda a construir o seu caráter e ter valores como: empatia, segurança, responsabilidade?
- Incentiva a criança a descobrir sua capacidade e usar suas habilidades de forma útil?
Essas perguntas são importantes, pois esses princípios fazem parte da disciplina positiva. Se você implementá-los aos poucos, irá perceber como a sua relação com o seu filho irá melhorar e, ao mesmo tempo, que se tornará mais sólida e, também, se tornará mais leve.
Dicas para conseguir cooperação na disciplina positiva
Empatia: seja sempre verdadeiro e mostre à criança o que você acredita que ela esteja sentindo e como você a entende. Use exemplos pessoais, falando de quando você já se sentiu assim, para se aproximar.
Motivação: você pode ajudar a criança a pensar como melhorar o seu desempenho na escola, descobrir o que gosta e quais habilidades ela é boa, por exemplo. Dê autonomia para que a criança descubra por si só ou a ajude lhe dando sugestões, mas que a escolha sempre seja dela.
Brincadeiras educativas: se a criança não quer fazer algo, a envolva na atividade com brincadeiras. Sempre existem atividades que são divertidas e ensinam algo aos pequenos.
Para finalizar, vamos compartilhar algo que provavelmente não fez parte, ou não foi o foco na época em que fomos criados:
Habilidades a serem desenvolvidas na criança
Existem 7 habilidades de vida e sociais significativas e necessárias ao desenvolvimento de pessoas capazes, descritas por Jane Nelsen, criadora da disciplina positiva. São elas:
- Forte percepção das habilidades pessoais – “Eu sou capaz”;
- Forte percepção sobre sua importância nas relações primárias – “Eu contribuo de maneira significativa e sou genuinamente necessário”;
- Forte percepção de seu poder ou influência pessoal sobre a própria vida – “Eu posso influenciar as coisas que acontecem comigo”;
- Forte habilidade intrapessoal: habilidade de entender suas próprias emoções e de usar esse entendimento para desenvolver autodisciplina e autocontrole;
- Forte habilidade interpessoal: habilidade de trabalhar com os outros e desenvolver amizades por meio de comunicação, cooperação, negociação, troca, empatia e escuta ativa;
- Forte habilidade sistêmica: a capacidade de lidar com os limites e consequências da vida cotidiana com responsabilidade, adaptabilidade, flexibilidade e integridade;
- Forte habilidade de avaliação: habilidade de usar a sabedoria para avaliar as situações de acordo com valores apropriados.