Pouco conhecido no mundo materno, o mecônio é o nome dado às primeiras fezes do recém nascido. Os pais quando veem suas fezes pela primeira vez sempre estranham, devido sua cor que é um verde bem escuro, consistente e viscoso. É expelido em bem pouca quantidade, mas contém todas as substâncias que o bebê absorveu do líquido amniótico, sendo o mecônio basicamente composto de células epiteliais dos intestinos, água, lanugo, líquido amniótico e bile. Não é um problema sua eliminação, pelo contrário, só é expelido o que não é mais necessário, já que sua função é só bloquear o sistema intestinal da criança para que ele não funcione durante a gestação.

Eliminar o mecônio é um bom sinal, pois indica que o intestino do bebê está funcionando bem. É durante as primeiras 24 horas após o nascimento que o recém-nascido elimina o mecônio, justamente, devido a primeira amamentação que, além de ter o poder de limpar o sistema intestinal, estimula a excreção. Assim, o sistema intestinal consegue funcionar corretamente. Se o mecônio não for eliminado, o bebê necessita realizar exames, já que isso pode ser o indício de uma obstrução intestinal ou alguma paralisia do aparelho digestivo.

Em quais casos o mecônio representa perigo?

Existe uma questão importante com relação ao mecônio que as gestantes precisam ficar atentas: quando o bebê nasce após 40 semanas de gestação, há muitas chances de o bebê aspirar o mecônio por conta de sua excreção ainda no útero, podendo ocasionar problemas graves. Raramente, acontece de o bebê expelir mecônio antes das 34 semanas e segundo os médicos isso só pode ocorrer por dois motivos: ou porque o bebê passou por algum sofrimento fetal, que é quando a placenta envelhece e começa a faltar oxigênio dificultando a respiração,ou porque o intestino está funcionando muito bem, o que é bom. 

Quando o parto não é feito a tempo ou algo acontece com o bebê ainda no útero ou durante o parto, o bebê pode ter dores de barriga que fazem com que sua esfíncter anal libere a saída do mecônio no líquido amniótico. Em alguns casos, ocorrem complicações como o bebê aspirar o mecônio, podendo chegar no pulmão e comprometer as vias respiratórias e, como consequência, ter dificuldade de respirar. Essa complicação é chamada de síndrome da aspiração meconial.

Síndrome da aspiração meconial 

Pode levar a vários graus de insuficiência respiratória, que irá depender da quantidade e consistência do mecônio que o bebê absorveu antes do parto para saber o quanto o afetou o recém nascido. Alguns fatores que acarretam o bebê expelir o mecônio no líquido amniótico, incluem:

  • Tempo da gestação;
  • Restrição no crescimento intra-uterino;
  • O bebê sofreu muito durante o parto;
  • Pouco líquido amniótico

Tem como evitar?

Os especialistas costumam dizer que é bem difícil saber como impedir, o que pode e deve ser feito é que equipe médica responsável pela gestante a monitore e permaneçam atentos próximo da 40ª semana de gestação. 

Um dos indícios em que o bebê pode está passando por sofrimento fetal são seus batimentos cardíacos que podem aumentar ou diminuir. Você pode também prestar atenção se o bebê continua mexendo bastante, pois quando tem pouco oxigênio, o bebê evita se mexer para preservá-lo. 

Apesar dos riscos da síndrome da aspiração meconial, geralmente existem tratamentos e não há consequências mortais – uma boa notícia já que é quase impossível se prevenir quanto a aspiração de mecônio, pois a mãe não tem o controle. No entanto, é recomendado alguns cuidados no período da gravidez como: prevenir infecções urinárias na gestação e não estimular demais o bebê.

Nanny Thaty Brasil