Segundo o Ministério da saúde, as gestantes e as puérperas são consideradas grupo de risco, apesar de não ter nenhum estudo comprovado que elas estão mais vulneráveis ao Covid-19 que o resto da população. No entanto, por conta de todas as mudanças fisiológicas, ficam mais suscetíveis a infecções. Após alguns casos e por ser uma doença nova em que a sociedade científica sabe muito pouco ainda sobre, o órgão decidiu reforçar as medidas de precaução desse grupo.
Por que gestantes e puérperas são consideradas grupo de risco?
A gravidez causa uma série de mudanças em nosso corpo, como: os hormônios, a nossa resposta imune, a posição do diafragma no pulmão, a pressão cardíaca e sanguínea tendem a elevar. Dessa forma, pelos próprios riscos da gestação, as mulheres podem ser afetadas fortemente por infecções respiratórias. Mas não há motivo para pânico, já que não há tantos casos relatados pelo Ministério da Saúde.
No entanto, as puérperas, precisam se proteger mais, pois o sistema imunológico fica mais vulnerável até a sexta semana após o parto, devido todos os esforços e mudança no corpo. Caso você esteja grávida e tenha alguma comorbidade precisa de cuidado redobrado, pois nesse caso, realmente faz parte do grupo de risco, como por exemplo: um caso de pré-eclâmpsia, em que a pressão arterial é alta, podendo assim, o corpo não responder bem a uma infecção.
Como podemos nos proteger?
É importante que as mamães e gestante pratiquem exercícios físicos em casa mesmo, não saiam para caminhar, mesmo em local sem aglomeração, pois o vírus fica até 3 horas no ar. Exercícios como ioga e pilates ajudam muito, principalmente nessa fase, onde há uma série de modificações hormonais que deixam a mulher mais sensível. Se possível assistir menos noticiários e buscar não acessar redes sociais que falam muito da pandemia, mas, obviamente, sempre se atualizando quanto aos riscos no seu caso e se protegendo.
Atente-se a seguir rigorosamente todas as recomendações da OMS e do Ministério da saúde. Alimente-se bem, coma vegetais verde escuro – sempre bem lavados -, alimentos que contenham vitamina C e que sejam anti-inflamatórios. É importante pegar um pouco de sol pela manhã por conta da ingestão de vitamina D.
Caso eu tenha Covid, meu parto terá que ser cesárea?
As gravidinhas que estão preocupadas se a doença influencia parto por cesárea, não há indícios que isso influencie nos casos leves, já os casos graves, será necessário que o parto seja feito por cesárea, para proteger a vida da mãe e do bebê, pois pode apresentar um quadro de insuficiência respiratória. No entanto, segundo um estudo pela Ultrasound in Obstetrics & Gynecology (UOG), no Reino Unido, em que 32 gestantes com coronavírus foram acompanhadas, 47% tiveram parto prematuro. Apesar da amostragem pequena, alguns especialistas apontam que devido ao quadro respiratório e a febre leve ao parto prematuro.
Tenho direito à acompanhante se meu parto acontecer durante a pandemia?
Pela lei, toda gestante tem direito à acompanhante durante o parto, mesmo com a pandemia, não houve nenhuma alteração da lei, pois sabemos o quanto é necessário ter alguém em um momento em que a mulher se sente tão fragilizada. Estar sozinha durante o parto pode gerar transtornos psicológicos intensos, por isso, a única ressalva é se o acompanhante apresentar algum sintoma do coronavírus.
E pro bebê, quais são os riscos?
Em caso de gravidez não há casos de contágio vertical, da mãe passar para o filho ainda no útero, e, também, não há casos de mamãe infectadas que tiveram bebês com má formação, como aconteceu com o zika vírus.
Estou infectada e ainda estou amamentando, devo parar o aleitamento?
Nos casos das mães infectadas é importante se manter afastada do bebê, mas pode manter a amamentação, pois não há qualquer estudo comprovado e nem casos em que o vírus é transmitido pelo leite materno. Contudo, é necessário medidas de higiene, nesse caso, o ideal é dar o leite materno em mamadeiras. Ou estar com uma roupa limpa, usar máscara, prender os cabelos e não usar nenhum acessório que acumule sujeira na hora de amamentar. Já os outros cuidados com o bebê, o recomendado é que fique em cargo de outra pessoa para evitar o contágio.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) continua com a pesquisas, estudos e acompanhamento dos quadros clínicos de gestante e puérpera para atualizar as informações com relação ao vírus e orientar a população caso encontrem novas evidências.