Assim como os pais estão retornando aos seus trabalhos, a escola irá retornar, também, em algum momento. E em meio a tudo que vem acontecendo devido a pandemia do coronavírus, todos nós ainda temos muitas dúvidas. Mas os médicos alertam que é preciso levar o assunto a sério, principalmente quando se lida com crianças pequenas.
Apesar de muitas crianças terem se adaptado bem, o isolamento social também gerou muito estresse e fez mal a saúde mental não só dos adultos mas das crianças, e não sabemos ainda como isso afetará todos ao longo prazo. A Sociedade Brasileira de Pediatria tem defendido o retorno às aulas presenciais, desde que sigam os devidos protocolos de segurança. Os argumentos são devido às mudanças de comportamento na pandemia, já que não há mais contato com as crianças da mesma idade, em uma fase em que essa convivência é importante. Inclusive pode cooperar para a própria segurança da criança, especialmente aquelas que vivem em situação vulnerável e tem apenas na escola um desenvolvimento adequado.
Segundo a SBP, em nenhum outro país, as crianças ficaram tanto tempo longe da escola e é por isso que eles defendem o retorno, mesmo que a pandemia não esteja totalmente controlada. E apesar de algumas organizações apontarem para a possibilidade de um novo surto de coronavírus que pode ser ocasionado devido ao retorno das atividades normais, como aconteceu em Israel. De acordo com as experiências internacionais, sabemos que é possível retornar às atividades, mas com segurança. Inclusive, algumas cidades brasileiras já reabriram o comércio, suas escolinhas e creches. Mas antes de retornarmos precisamos considerar algumas coisas.
Seu filho deve retornar à escola?
Se o seu pequeno tem algum tipo de doença, busque orientação com um profissional. Sabemos que crianças portadoras de doenças autoimunes, como retocolite, doença de Chron, e as que tratam câncer não podem voltar às aulas presenciais. Além disso, nem as crianças que moram com pessoas portadores de imunodeficiência, que tomam algum tipo de remédios que alteram o sistema imunológico. Logo, se seu filho tem contato com qualquer pessoa do grupo de risco, o ideal é que não retorne às aulas presenciais até que a pandemia esteja controlada.
Para as famílias que convivem com pessoas que têm hipertensão, diabetes ou obesidade, o ideal é chegar em um consenso com um médico. Caso quem convive com a criança é saudável e os pais voltaram a trabalhar, aí considere o retorno. Pode até ser uma decisão melhor do que ficar com um parente do grupo de risco ou em ambientes que não são apropriados. É essencial que a criança esteja em um ambiente que estimule o seu desenvolvimento e siga os protocolos de segurança. Os pais têm que ter em mente que não existe uma decisão certa ou errada, mas avaliar os riscos e benefícios e qual é a decisão mais consciente.
Como preparar seu pequeno
Se a família se adaptou bem a quarentena e pretende se manter assim, por achar que não é o momento de retornar, explique que não se sente segura por conta do contágio do vírus, que o nosso país ainda não conseguiu controlá-lo. Se esse for o caso, fale isso com sinceridade e clareza, mas de uma forma que seu pequeno entenda.
Até porque, se os pais ficarem o tempo todo, questionando como foi na escola, se tem as medidas de segurança, se o filho usou máscara o tempo todo, a criança irá perceber a preocupação e também poderá ficar ansiosa.
Mas se o retorno estiver certo, é preciso preparar seu pequeno. Alguns dias antes do retorno das aulas, explique sobre o cenário que estamos vivendo e que, agora, a escola está pronta para reabrir. Diga que ele irá reencontrar os amiguinhos, mas que ele pode ficar despreocupado que todos estão sendo cautelosos e cuidando uns aos outros. Mas, para se manter seguro é preciso tomar alguns cuidados. Nesse caso, os pais são os melhores exemplos a serem seguidos. Na internet é possível achar muitas atividades lúdicas que ensinam de forma apropriadas para a faixa etária como devemos lidar com esse novo normal.
Também é preciso alinhar as expectativas do seu pequeno, por isso converse com ele, para saber se ele tem medo de ficar longe dos pais ou contrair a doença. Se ele tem alguma resistência em retornar a escola. Caso seu pequeno resista, é importante respeitar a decisão dele, tentar compreender os motivos e dar um tempo para que ele assimile que precisará passar por mais uma mudança.
As escolas têm auxiliado os pais nesse momento, enviando atividades que ensinem como conviver nessa nova realidade, orientando os pais sobre um retorno gradual e como será a nova escolinha. Pois sabemos que seria muito difícil os pais conseguirem sozinho passar por essa transição.