Com o objetivo de fazer a comunicação entre o organismo da mãe com o feto, a placenta é uma intermediária na troca de nutrientes e é fundamental para conseguir sustentar, proteger e desenvolver o bebê no útero durante a gravidez. Ela tem o papel de filtrar o sangue da mãe ao passar para o feto, retirando tudo o que pode ser prejudicial para o mesmo. Fornece, também, oxigênio, glicose, cálcio, água entre outras substâncias para o bebê. Protege de impactos na barriga da mãe e, também, dá proteção imunológica ao feto.
E faz o caminho reverso também: a placenta que retira os dejetos e gás carbônico do bebê, passando para mãe para então ser eliminados. E ainda ajuda estimulando hormônios na gestação como o estrogênio, a progesterona e o lactogênio, que são super importantes para a produção de leite materno. A placenta também é responsável por controlar o hormônio gonadotrofina coriônica, que só é produzido durante a gravidez e é responsável pela fixação do embrião no útero.
Pesando cerca de 500 gramas, o órgão é composto por duas faces: uma de contato direto com o útero da mãe, enquanto a outra parte se liga ao bebê, através do cordão umbilical.
Como a placenta é formada
A placenta é formada assim que ocorre a implantação do feto no útero; sua formação é composta por células tanto do útero quanto do bebê. A placenta cresce rápido e ao completar os noves meses já é maior que o feto, apesar de o bebê já ser mais pesado que a placenta, nessa fase. Por volta dos 4 meses de gestação, a placenta tem o mesmo tamanho que o feto. Ela só é eliminada na hora do parto, seja por parto natural ou cesárea. Quando o parto é normal, a placenta costuma sair de forma espontânea depois de 4 a 5 contrações uterinas, que costumam doer bem menos do que as contrações uterinas quando o bebê sai.
O normal em uma gestação é a placenta permanecer inteira no decorrer de toda gravidez para que o bebê possa desenvolver bem. Porém, a placenta pode sofrer algumas mudanças durante a gestação, podendo prejudicar a mãe e o bebê, caso não sejam tomado os cuidados necessários. As mudanças na placenta que podem afetá-lo são:
Insuficiência placentária
Essa má-formação dificulta a troca de nutrientes e substâncias entre a mãe e o bebê. Portanto, pode causar alguma dificuldade no crescimento do feto ou mesmo uma restrição em seu desenvolvimento. A principal responsável pela insuficiência placentária é a hipertensão, mas pode ser causada, também, pelo tabagismo, álcool e drogas. Pode acontecer, também, por fator genético.
Placenta baixa ou prévia
O ideal é que a placenta seja formada na parte central ou no fundo do útero, porém, em alguns casos, pode acontecer dela ser formada na parte de baixo. No entanto, a posição da placenta influencia no parto, podendo ocorrer dela ficar na frente do feto e, nesses casos, existe o risco da placenta descolar, o que poderia ocasionar a morte do bebê. Devido a isso, na maioria desses casos, os especialistas recomendam a cesárea.
Descolamento da placenta
Acontece mesmo quando a placenta se forma no lugar ideal, porém suas ligações ao útero são rompidas, assim, dificultando o fluxo de substância que é passado para o bebê, como o oxigênio, essencial para o seu desenvolvimento e sobrevivência. Dependendo do deslocamento, é preciso uma cesárea de emergência. Se esse deslocamento for somente parcial, tem a possibilidade da gestação prosseguir até o bebê conseguir sobreviver fora do útero.
Placenta acreta
Acontece quando a placenta fixa no útero de forma inadequada, dificultando sua saída na hora do parto. Essa má-formação pode levar a mãe ter hemorragias que, em muitos casos, é necessário transfusão de sangue. Nos mais graves, até mesmo a retirada de todo o útero, além de por em risco a vida da mãe.
Placenta calcificada ou envelhecida
A placenta envelhecer é normal e complicações irão depender muito do seu grau de desenvolvimento. Por exemplo, quando a placenta tem a classificação de grau III, antes das 34 semanas de gestação, pode diminuir o desenvolvimento do feto. Geralmente, a mãe não apresenta sintomas e essa alteração só é diagnosticada através de ultrassonografias de rotina com especialistas.
Infarto da placenta ou trombose placentária
Essa patologia pode acontecer devido ao entupimento de vasos sanguíneos da placenta, ocasionando uma trombose e resultando na diminuição de sangue que vai como nutriente para o bebê. Em alguns casos, passa despercebida pela gravidez, não causando nenhum problema, mas pode também, causar aborto natural. Por isso, é sempre bom fazer acompanhamento contínuo com seus médicos.
Rotura uterina
É quando a musculatura uterina se rompe durante a gravidez ou no parto, é um tipo de complicação bem difícil de acontecer e tem tratamento na cirurgia durante o parto. No entanto, é muito séria e pode causar parto prematuro e até a morte da mãe ou do bebê. Entre os sintomas estão dor forte, sangramento vaginal e diminuição da frequência cardíaca do bebê.
A única forma de prevenir ou se atentar a qualquer alteração com relação a placenta, antes mesmo do surgimento de complicações graves, é através das consultas de rotina com seu obstetra e fazer todos os exames de ultrassonografia de cada fase da gestação. E claro, em caso de qualquer sintoma aparente, procurar ajuda médica.