Sempre ouvimos que bebês são como uma esponja, absorvem tudo o que veem e o que ouvem do ambiente em que vivem, teoria que vem sendo disseminada desde o século XVII. Porém, a verdade é que, o nível de absorção de conhecimento desses pequenos vai bem além. Hoje, com o avanço da neurociência, sabemos que o cérebro é um órgão muito complexo, sobretudo como ocorre o seu amadurecimento.

O cérebro começa a ser trabalhado ainda durante a gravidez e vai até à vida adulta. Com 24 semanas de gestação, o feto já tem por volta de 100 bilhões de neurônios. Sendo, justamente, por conta dessa imensa quantidade que a criança possui uma percepção tão forte do meio em que vive e absorve tudo ao seu redor. Inclusive recebem influência do emocional das pessoas com as quais convivem, sobretudo da mãe. Uma pesquisa da Universidade de Brasília, comprovou através da frequência cardíaca e atividade cerebral que os recém-nascidos reconhecem a voz da mãe e sabem a diferenciar das outras vozes. Ouvir a mãe, tê-la próxima do bebê o acalma.

Ambiente em que o bebê convive contribui para sua construção

Com as descobertas da neurociência, os fatores fisiológicos e emocionais têm se mostrado muito determinantes no desenvolvimento e construção pessoal dos pequenos. Ou seja, o ambiente em que vivem, influenciam muito mais do que a natureza (genes), são atores fundamentais na formação da personalidade humana. As crianças precisam estar em ambientes que se sintam acolhidas e amadas, além de ser preciso estímulos ideais para cada fase de desenvolvimento.

Quanto mais o seu bebê é estimulado a desenvolver habilidades, mais neurônios o cérebro do bebê irá desenvolver. A neurociência tem mostrados tantos estudos que comprovem essa teoria, que Governo Britânico resolveu adotar uma cartilha chamada Early Intervention: Good Parents, Great Kids, Better Citizes (Intervenção Precoce: Bons Pais, Ótimas Crianças e Cidadãos Melhores, em português), direcionando quais devem ser as iniciativas públicas com relação à primeira infância. E, inclusive, diz que quanto mais cedo o bebê tem contato com a mãe, mais seguro ele se torna. Uma criança segura, tende a ter um desenvolvimento melhor e construir melhores relacionamentos; ela se sente mais aberta a compreender as outras pessoas e viver novas experiências.

O cérebro humano cresce muito rapidamente nessa primeira fase devido ao aumento das suas conexões neurais. E, sim, elas até são predeterminadas geneticamente, porém, também, tem forte influência das experiências de vida do bebê. O ser humano nasce com muito mais neurônios do que quando o cérebro atinge a maturidade e, se não houver estímulos, essas conexões simplesmente morrem justamento porque essas estruturas e conexões são desenvolvidas conforme os estímulos que recebem.

Percepção do mundo

A neurociência, também, nos diz que o cérebro dos bebês conseguem organizar voluntariamente todas as informações visuais que recebem no seu cotidiano, e quando as armazenam, transformam-se em aprendizados. Ocorre o mesmo com a audição quando estimulada. Um exemplo disso, é quando descrevemos algo para os pequenos e eles entendem.

É por isso que com poucos meses de vida, os bebês possuem a capacidade de reconhecer fonemas do mundo todo! Porém, você deve estar se perguntando porque, então, o seu bebê com um ano só reconhece algumas frases. Mas isso é resultado do vocabulário que ele está exposto e acostumado. Isso ocorre muito rápido, logo ao seis meses de vida, o bebê começa a perder os fonemas que não fazem parte do seu cotidiano.

É assim que as crianças começam a conhecer os nomes dos objetos e aprendem a diferenciar um dos outros. E o mais interessantes, eles aprendem desde novo a distinguir os objetos dinâmicos dos estáticos, essa é uma forma de percepção que começa desde cedo. 

Além disso, os bebês aprendem muito por imitação, inclusive, já fizemos artigos aqui sobre esse modo de aprendizado. Quantas vezes já pegamos nossos pequenos fazendo as mesmas expressões faciais que nós e tendo as mesmas atitudes? Essa aprendizagem vem da observação. Existem, inclusive, estudos que dizem que os bebês conseguem imitar um comportamento observado há 24 horas.

Agora, que sabe como acontece a construção do cérebro do bebê, espero que entendam o quanto você é essencial nesse projeto de arquitetura cerebral para que ele tenha mais facilidade em desenvolver habilidades. Proporcione ao seu pequeno vivenciar diversas experiencias e apresente-o, desde cedo, a um vocabulário vasto para que possa aumentar a sua estrutura mental.

Sempre busque conversar com ele e estimular sua memorização, tenha certeza, o bebê irá conseguir interpretar e melhorar sua percepção do mundo ao seu redor. Cada aprendizado que o bebê consegue absorver, gera consequências positivas sobre a coordenação motora e até mesmo previne doenças neurológicas ou sociais durante a infância. Ah, e uma dica final! Você sabe como o bebe consolida todos esses aprendizados? Quando dorme! Por isso que o dormir nos primeiros anos – e as naninhas durante o dia – é fundamental!

Nanny Thaty Brasil